quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Papa pede que políticos corruptos se arrependam

"...Partindo de um episódio bíblico em que o rei Acab manda assassinar Nabot para lhe roubar uma vinha, Francisco disse que “Deus vê este crime e bate à porta do coração de Acab; o rei, confrontado com o seu pecado, entende, humilha-se e pede perdão: que bom seria que os poderosos exploradores de hoje fizessem o mesmo”.

“E essa não é uma história de outros tempos. É uma história atual, dos poderosos que, para ter mais dinheiro, exploram os pobres, exploram as pessoas. É a história do tráfico de pessoas, do trabalho escravo, das pessoas que trabalham na informalidade, com o mínimo, para enriquecer os poderosos. É a história dos políticos corruptos, que querem sempre mais e mais”, afirmou o Santo Padre.
..."
BI Comboniano

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

ESTA QUARESMA COMEÇOU BEM (1) Frei Bento Domingues O.P.


1. As Igrejas Católica Romana e Católica Ortodoxa, em 1054, consumaram, de forma solene, o seu progressivo divórcio: excomungaram-se reciprocamente. Dizia-me um amigo, pouco entendido em questões de religião: isso de excomunhões deve ser com como lançar um feitiço para o quintal do vizinho. Só funciona se os dois acreditarem nisso.

De facto, quase durante um milénio, foi mantida essa sacralizada ficção. As duas partes faziam de conta que Deus dependia das suas quezílias teológicas e culinárias. Teológicas, porque se imaginavam a viajar pelo interior da Santíssima Trindade e a observar o percurso seguido pela fonte do Espírito Santo. Culinárias, porque não se entendiam acerca do uso do pão, fermentado ou não fermentado, na celebração da Eucaristia, nem reconheciam a cada uma das igrejas a liberdade de seguir a receita da sua preferência. 

A falta de humor teológico e litúrgico acaba sempre por sacralizar o ridículo. Certas instituições e pessoas que pretendem manter intacto o depósito da fé e as invioláveis tradições litúrgicas esquecem que não há imagem nenhuma nem nenhum conceito que possam corresponder a Deus. A idolatria confunde a imagem com a realidade. Todas as artes, a começar pela música e pela poesia, são aspirações à plenitude, mas sabem que não são a plenitude, são apenas pontes para o invisível e inaudível. Confessam, no mais sublime que conseguem, o que lhes falta. Como dizia Messiaen, ficam na zona da imperfeição.

A linguagem litúrgica é simbólica, é a poética da fé, mas não é divina. A teologia que esquece que só conhece a Deus como desconhecido resvala para a arrogância pastoral e incapacita-se para reconhecer que lhe falta o essencial: o Outro.

Com o Vaticano II, a Igreja redescobriu que não existe ecumenismo, diálogo inter-religioso e diálogo com o mundo, na sua diversidade, sem o acolhimento do que não pode dominar: Deus e os outros.

2. O abraço de Paulo VI e do Patriarca Atenágoras[1] foi o reconhecimento público de que as Igrejas Católicas Romana e Ortodoxa vivem mal uma sem a outra. As excomunhões, que serviam apenas para camuflar orgulho e vontade de poder, foram anuladas. Só agora[2], no entanto, o Papa Francisco e o Patriarca Kirill saltaram, a pés juntos, um abismo milenar de suspeitas e acusações. Razão tinha Bergoglio quando disse, a propósito de um encontro entre católicos e protestantes: se deixarmos nas mãos de teólogos obtusos o processo ecuménico, teremos de esperar pela eternidade para ver a unidade entre as igrejas cristãs.

Importa destacar que este encontro não foi apenas para que os dois bispos se falassem de viva voz, coração a coração. Foi para que as duas Igrejas se tornassem, em simultâneo, Igrejas de saída para as periferias do Mundo.

A histórica declaração conjunta não precisa de ser explicada. Não é um texto esotérico. Precisa de ser conhecida. Estes irmãos na fé cristã analisaram as relações mútuas entre as duas Igrejas, os problemas essenciais dos seus fiéis e as perspectivas de progresso da civilização humana.

Porque terão realizado este encontro em Cuba? Porque é a encruzilhada entre Norte e Sul, entre Leste e Oeste. Foi a partir desta ilha, símbolo das esperanças do “Novo Mundo” e dos acontecimentos dramáticos da história do século XX, que dirigiram a sua palavra a todos os povos da América Latina e dos outros continentes.

Destacaram o crescente dinamismo da fé cristã, o forte potencial religioso da América Latina, a sua tradição cristã secular, presente na experiência pessoal de milhões de pessoas, como garantia de um grande futuro para esta região.

Em Cuba, longe das antigas disputas do “Velho Mundo”, sentiram-se mais fortemente a necessidade de um trabalho comum entre católicos e ortodoxos, chamados a dar ao mundo, com mansidão e respeito, a razão da esperança que está em nós[3].

Partilharam a Tradição espiritual comum do primeiro milénio do cristianismo, cujas testemunhas são a Virgem Maria, Santíssima Mãe de Deus e os Santos que veneramos. Entre eles, contam-se inúmeros mártires que testemunharam a sua fidelidade a Cristo e se tornaram semente de cristãos.

Deixaram transparecer o espanto e uma interrogação: como é possível, com uma Tradição comum dos primeiros dez séculos da Igreja, católicos e ortodoxos estarem privados da comunhão na Eucaristia, há quase mil anos?

3. Estamos divididos por feridas causadas por conflitos de um passado distante ou recente, por divergências – herdadas dos nossos antepassados – na compreensão e explicitação da nossa fé em Deus, uno em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Deploramos a perda da unidade, consequência da fraqueza humana e do pecado, ocorrida apesar da Oração de Cristo: Para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti; para que assim eles estejam em Nós[4].

As Igrejas só podem ser fiéis ao projecto de Jesus se procurarem a sua união como serviço da união de todos os seres humanos: para congregar na unidade todos os filhos de Deus dispersos[5].

A Quaresma ainda não terminou.







21 de Fevereiro de 2016



[1] Jerusalém, 6.01.1964
[2] Cuba, 12 de Fevereiro 2016
[3] 1 Ped 3, 15
[4] Jo 17, 21
[5] Jo 11, 52

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

ECOS DA GUINÉ- Foi em BUBA : Fomos a BUBA - UASP

Deixámos as belezas do Saltinho e, entassados na mesma lata, penetrámos em reino proibido (há 40 anos, claro) para satisfazermos uma das dimensões humanitárias e religiosas da nossa expedição. Só lembro Quebo, que dava pelo nome de “Aldeia Formosa”. Mesmo à beirinha da estrada, ainda se vêem os postes do arame farpado do quartel e as fortes paredes que não permitiam nem sequer perscrutar o que lá dentro se passava. Intacto ainda? Não sei. Mas a aparência não era de derrocada e não sei que instituição, se militar, se política, habita aquele espaço. (Continua)


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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

ECOS DA GUINÉ: Vamos ao Saltinho - UASP

Encaixotados como convém, descemos à bolanha, passámos a ponte (outrora umas tábuas a ranger em cima duns troncos de palmeira), hoje mais civilizada, de ferro…

Oi! Ali à esquerda a picada para Galomaro! outro Batalhão, sempre em tensão absoluta, mais por culpa do ambiente entre chefias do que por culpa da guerra… (ó médico – Rui Coelho, é? Lembras a revolta que te ia no coração? Nunca esqueci aquela latinha de ovas que me deste em partilha com umas cervejolas… fomos surpreendidos pelo comandante… lembras?).

E lá fomos rumo a Bambadinca. Ao cimo, o alto do quartel… zona animada à beira da estrada com mercado permanente, Muito se vende, pouco se compra, mas há movimento… estrada nova para o Saltinho, já nem se vislumbrou Mansambo. O trilho é outro. Que recordações! (Continua)
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Papa vai em busca da riqueza da fé no povo mexicano 04 de Fevereiro de 2016

Em mensagem dirigida ao povo mexicano, o Papa afirma que vai em busca da riqueza da fé:

“Não vou ao México como um Rei Mago, carregado de coisas para levar”, vou sim “como um peregrino”… Vou buscar a riqueza de fé que vocês têm, vou para deixar-me contagiar pela riqueza desta fé”.

“Eu vou para vos servir, para ser um servidor de vossa fé…

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Novo bispo comboniano 01 de Fevereiro de 2016

O Papa Francisco nomeou o comboniano espanhol Padre Miguel Ángel Ayuso Guixot bispo titular de Luperciana (Tunísia) na sexta-feira, 29 de janeiro, anunciou o Vaticano.

Dom Miguel Ángel nasceu em Sevilha e tem 63 anos. Foi ordenado padre em 1980 e fez serviço missionário no Egito e no Sudão até 2002.

Fala espanhol, árabe, inglês, francês e italiano.

A nomeação de Dom Miguel Ángel elevar para 21 o total de bispos combonianos: 12 italianos, quatro espanhóis e um do Sudão, Sudão do Sul, Eritreia, Brasil e México, respetivamente. Têm dioceses na África (10), América Latina (4) e Médio Oriente (1). Um trabalha no Vaticano e cinco estão jubilados.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

UM POVO À ESPERA DE UMA OPORTUNIDADE - GUINÉ

Passou uma semana sobre a viagem à Guiné-Bissau e da memória não se me apagam aqueles rostos de gente boa, acolhedora, fraterna! Era este o nosso cais de desembarque e a razão de ser da nossa viagem…

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ECOS DA GUINÉ : NO PINTCHA ! - UASP

42 anos! Foi anteontem!  Na frescura dos 30. O José Cid tinha ganho o Festival da Canção na véspera. Nessa noite  fomos à Cova da Moura despedir-nos do nosso chefe (brigadeiro!), O Bispo de Madarsuma. Lembras-te, David, do que ele nos disse? Sabem que não fazem a comissão inteira? Como? … Não posso dizer mais nada!!! Boa viagem…
O aviãozito (um DC 30?), a hélice, rumou ao Sal. Na madrugada escura e gélida, as faúlhas do motor em chispas ameaçadoras… ainda assustaram… Fez escala no Sal. Subimos… Mares (e ares) dantes (e agora) navegados... Terra à vista. (Continua)
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POR MARES DANTES NAVEGADOS 1....GUINÉ - UASP

Éramos 19. “Por mares dantes navegados” – sigla a denunciar intenções de evangelização e bem fazer,  iniciativa da UASP (União das Associações dos Alunos dos Seminários Portugueses), iniciativa nascida no Ano da Fé, promulgado por Bento XVI. Tem por dinamizador principal o incansável P. Manuel Armindo e por agente de programação a Isabel Oliveira, incansável por igual e grande entusiasta da ideia. Cabo Verde foi o clic inicial. Dois anos volvidos, muita avaliação, muita programação, muito sonho… seguiu-se a Guiné. (continua)

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